Li na imprensa que o
Colégio da Boavista, de Vila Real, celebrou há poucos dias o seu 90º
aniversário.
Pergunto eu: será que
ocorreu aos organizadores um momento de homenagem a este homem aqui na foto (António
Alves Miranda, falecido em 2013)?
Foi ele quem salvou o
colégio da falência nos anos 70. Reergueu-o do zero, quando todos o abandonaram
em vista da falta de lucros.
É bom não esquecer que
nesses anos, quando muitos homens e mulheres
emigravam para equilibrarem as suas vidas, os filhos ficavam, confiadamente,
aos cuidados deste Colégio como internos. Porém o dinheiro era escasso. Não
chegava para alimentar tantas bocas e pagar a professores. Esteve, pois, para
fechar portas, não fora o sentido cristão, altruísta e generoso do seu dedicado
tesoureiro, que, receando pelo futuro de tantos adolescentes, desamparados e
sem as famílias perto, assumiu ele próprio as funções de professor, contínuo e
administrador… sem ganhar um tostão! Visitou um a um todos os credores, assumiu
com eles compromissos pessoais, pediu todos os auxílios possíveis à comunidade
local, e só assim conseguiu reerguer das ruínas a instituição.
Hoje, de facto, o
Colégio da Boavista é uma referência no ensino em Portugal. Mas reconhecê-lo é
tão importante como saber honrar a memória dos Homens (com H grande) que
construíram o caminho. Aqui deixo a lembrança, porque a memória de alguns é
curta! Muito curta!
(ap)